Eventos agudos em saúde bucal

Trauma Dental

Créditos

Introdução

As injúrias traumáticas geralmente são decorrentes de quedas, brigas, acidentes esportivos ou automobilísticos e de maus tratos. Elas influenciam a função e a estética bucal do indivíduo, podendo afetar também o seu comportamento. A resolução desse agravo envolve várias áreas do conhecimento da odontologia e, por essa razão, pode-se concluir a complexidade de seu tratamento e a fragilidade de seu prognóstico.

Observa-se uma grande variabilidade nos resultados dos estudos epidemiológicos de traumas dentários, existindo uma relação direta com fatores como idade e gênero. Na população em geral, é observada uma prevalência que varia entre 4 a 30%, sendo que os indivíduos do gênero masculino e em idade escolar são os mais acometidos.

Com relação à dentição decídua, pode-se observar a idade preferencial entre 2 e 3 anos, com prevalência de 31 a 40% em meninos e de 16 a 30% em meninas. Quanto à dentição permanente, os percentuais são de 12 a 33% em meninos e de 4 a 19% em meninas e, preferencialmente, nas faixas etárias entre 7 a 10 anos e 15 a 17 anos respectivamente. Essa diferença entre gêneros é estatisticamente significativa e pode ser explicada pelo maior envolvimento dos meninos em jogos e esportes de contato.

Ainda que sejam implementadas ações preventivas, para alguns indivíduos e grupos, a perda dental e o consequente uso de próteses dentárias são condições prevalentes.

A confecção de próteses dentárias no Sistema Único de Saúde (SUS) vem aumentando nos últimos dez anos em virtude de incentivos do governo federal. Atualmente cerca de 30% dos municípios brasileiros ofertam próteses dentárias no SUS e nos últimos 3 anos mais de 1 milhão de próteses foram ofertadas aos usuários do sistema. Os municípios podem estruturar serviços próprios de Laboratórios de próteses ou conveniarem algum Laboratório para seu atendimento. Entretanto, na Atenção Básica os dentistas podem efetuar procedimentos mais simples como cimentações de próteses fixas e reparos próteses removíveis fraturadas de pacientes que tenham tal necessidade.

Ações Preventivas

Os traumas dentais são, em sua maioria, eventos causados por acidentes no cotidiano, envolvendo situações passíveis de prevenção. Mesmo as fraturas de próteses, em algumas situações, podem ser prevenidas pela implementação de ações simples de cuidado no dia a dia. Nesta perspectiva, a ideia é promover um ambiente seguro para crianças, adolescentes e idosos, visto que são os grupos etários mais acometidos por esses agravos.

1. Prevenção de traumas dentais

A prevenção de traumas dentais está relacionada ao ambiente - meio onde vivem e circulam os indvíduos das comunidades - e à proteção dos elementos dentais. Portanto, são recomendadas as seguintes medidas preventivas (LEVIN; ZADIK, 2012):

2. Prevenção de fraturas de próteses dentárias

Uma das situações mais comuns que resulta na fratura de próteses removíveis é a queda durante os procedimentos de limpeza. Desse modo, as quedas, e as consequentes quebras, podem ser evitadas pelo manejo atento e zeloso das próteses.

Deve-se orientar os usuários de próteses, ou seus cuidadores, a realizar a higiene das próteses (escovação) na pia, submergida em água ou protegida por um pano ao fundo. Esse cuidado pode evitar o choque da prótese com o material rígido da pia ou da bancada, e mesmo a queda ao chão.

As próteses devem ser sempre acondicionadas em um recipiente plástico, com tampa, identificado e exclusivo para este fim.

Quando a fratura de prótese é ocasionada devido ao desenho inadequado, à construção malfeita ou ao uso de materiais inadequados, a prevenção está diretamente relacionada a um bom planejamento reabilitador, à realização adequada de técnicas clínicas e laboratoriais, como também à boa qualidade dos materiais empregados em sua confecção.

Conceito e Classificação

A seguir, abordaremos o conceito e a classificação dos traumas dentais, como lesões dentoalveolares e de mucosa oral, cujo diagnóstico e tratamento variam de acordo com as estruturas afetadas. Além disso, estudaremos os tipos de fraturas de próteses de acordo com a região onde se localizam.

1. Conceito e classificação de traumas dentais

São considerados traumas dentários todas as transmissões agudas de energia ao dente e às estruturas de sua sustentação, cujos resultados podem ser desde deslocamento dentário ou esmagamento dos tecidos de sustentação até fratura do elemento dental. Os traumas dentários configuram situações agudas frequentes na prática clínica odontológica, que exigem do profissional um atendimento imediato e minucioso.

Existem atualmente diferentes sistemas de classificação de lesões dentoalveolares. Andreasen e Andreasen (2001) propuseram uma baseada nos critérios padronizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o acréscimo de algumas lesões, conforme você pode observar no quadro a seguir.

Avaliação Diagnóstica

Abordaremos, nesse tópico, os elementos fundamentais a serem conhecidos pelo cirurgião-dentista para que seja realizado um adequado diagnóstico nos casos de Trauma Dental.

Para a realização da avaliação diagnóstica, é importante saber qual é a origem do trauma dental. Portanto, o atendimento deve iniciar com a anamnese, atentando-se aos dados gerais do paciente e de seu histórico médico, e buscando-se, cuidadosamente, todas as alterações sistêmicas.

Em outras palavras, avalie onde e como o acidente ocorreu, com o intuito de definir a possibilidade de contaminação e os locais lesionados. As reações posteriores ao trauma ‒ como presença de edema, sangramento em demasia e alteração comportamental ‒ devem ser consideradas, assim como a presença de alguma intervenção anterior no local da lesão. Lembre-se de que a história prévia de traumatismos dentários deverá ser levada em conta!

Procure saber, também, qual foi o tempo decorrido desde o momento do trauma até o atendimento. Afinal, essa informação influenciará diretamente o plano de tratamento e o prognóstico do caso.

Importante:

  • Deverá ser dada máxima atenção para as alterações indicativas de hipertensão intracraniana, como: sonolência excessiva, vômitos em jato, alterações no nível de consciência e edema de pupila.
  • Alterações durante o teste de vitalidade ou durante a oclusão podem indicar deslocamentos, fraturas de tecido ósseo ou alterações na articulação temporomandibular.

Além da anamnese, deve-se proceder à limpeza da região traumatizada para que se possa visualizar melhor a extensão das lesões.

Já com conhecimento da origem do trauma e do histórico médico do paciente, e após a verificação da área lesionada, deve-se proceder ao exame clínico, como mostra o quadro a seguir:

Importante:

O teste de vitalidade pulpar com estímulo frio possui grande valor diagnóstico para confirmação de necrose pulpar em dentes permanentes. Entretanto, tem seu uso limitado nos casos de dentes recém-traumatizados, pois se pode ter uma resposta negativa à vitalidade sem existência de necrose pulpar. Nos casos de dentição decídua seu uso deve ser evitado devido à baixa confiabilidade.

Além das avaliações e dos testes realizados durante o exame clínico, recomenda-se a realização de exames complementares. Exames radiográficos são fundamentais para definir os procedimentos subsequentes, porém cabe ao profissional avaliar a disponibilidade de acesso a tais exames. A radiografia de tecidos moles é útil para a investigação da presença de corpos estranhos, como, por exemplo, fragmentos de dentes. Já o uso de radiografia oclusal fornece uma ótima visualização de luxações laterais, fraturas apicais e do terço médio e alveolares. No caso do uso de radiografia periapical, indica-se a realização de três tomadas radiográficas ‒ ortocêntrica, disto e mesio-angulada ‒ em cada dente traumatizado, para melhor visualização da extensão e localização da lesão dentária.

1. Violência contra crianças

A violência contra crianças é um problema muito grave e que pode ser detectado pelo cirurgião-dentista durante uma avaliação diagnóstica, ao atender um evento agudo de trauma dental. Muitas vezes, a anamnese e o exame clínico podem indicar que o caso não foi decorrente de um acidente, mas sim de um ato deliberado de agressão contra a criança. Dessa forma, os profissionais de saúde não devem excluir esta possibilidade, investigando mais profundamente a situação e, se for o caso, realizando os encaminhamentos pertinentes.

Vale lembrar que estamos tratando aqui do caso de violência contra crianças, mas que as indicações que você verá a seguir se aplicam também à parte da população idosa, principalmente aquela mais fragilizada. Assim como no caso de crianças, os idosos dependentes podem não apresentar condições para verbalizarem os atos de agressão sofridos, e caberá aos profissionais de saúde perceber o problema e tomar as atitudes necessárias.

A complexidade da situação requer uma abordagem interdisciplinar, com envolvimento não apenas do sujeito agredido, mas também do agressor. Neste contexto, a agressão física pode ser a oportunidade de identificação deste.

Conforme mostra o quadro a seguir, são sete os indicadores clássicos para o diagnóstico:

Dentre os tipos de lesões frequentes estão as contusões. Elas geralmente acometem nádegas e parte inferior das costas, genitais e parte interna das coxas, face, lóbulo da orelha, lábio e freio labial superior e pescoço. Abrasões e lacerações também podem ser observadas em locais como palato, assoalho de boca e vestíbulo, geralmente causadas por utensílios domésticos. Além disso, podem também ser vistas na região facial e comumente são causadas por anéis ou pelas unhas do agressor. Raramente esse tipo de lesão está restrito à região orofacial. Queimaduras, marcas de mordida, traumatismos dentais, lesões nos olhos e fraturas ósseas também são observados.

As lesões resultantes de agressões na região orofacial podem ser identificadas pelo cirurgião-dentista, por ser este, muitas vezes, o primeiro profissional a abordar a criança agredida. O papel do cirurgião-dentista, efetivamente, é o de reconhecer a possibilidade de agressão, fornecer a assistência odontológica adequada, e informar as autoridades responsáveis, seguindo os protocolos municipais, quando já instituídos.

Todos os membros da Equipe de Saúde da Família (ESF) devem ser informados e o caso deve ser discutido em conjunto, de forma multiprofissional. A abordagem interdisciplinar, juntamente com o apoio dos profissionais da assistência social e da psicologia, se faz necessária. Assim, todos são responsáveis pela garantia da integridade da criança e do cuidado familiar, incluindo pais e responsáveis.

Abordagem Inicial e Atendimento Sequencial

A seguir você conhecerá, primeiramente, a sequência de procedimentos clínicos para o atendimento de lesões traumáticas envolvendo dentes naturais, tecidos periodontais e mucosa oral. Em seguida, abordaremos o atendimento inicial aos casos de fraturas de próteses dentárias. Acompanhe!

1.Lesões envolvendo dentes naturais, tecidos periodontais e mucosa oral

A partir de agora, você verá qual deve ser a abordagem inicial nos casos de lesões aos tecidos duros dos dentes e à polpa, nos casos de lesões aos tecidos periodontais, bem como nos casos de lesões na gengiva ou na mucosa oral. Além disso, trataremos da abordagem inicial quando o quadro for de fratura na dentição decídua. Para finalizar, faremos a descrição dos procedimentos clínicos indicados para as situações mencionadas.

Clique nos quadros coloridos a seguir e veja o detalhamento dos procedimentos!

1.1 Lesões aos tecidos duros dos dentes e à polpa

Fratura incompleta de esmalte:

realiza-se o controle da sensibilidade pulpar na sexta e na oitava semanas após a ocorrência do trauma dentário.

Fratura de esmalte:

realiza-se plastia do esmalte(regularização) ou restauração direta em resina composta. Indica-se controle radiográfico e da sensibilidade na sexta e na oitava semanas após a ocorrência do trauma dentário.

Fratura não complicada de coroa:

procede-se à proteção da dentina exposta por colagem de fragmento dental, por restauração direta em resina composta ou, ainda, por capeamento pulpar indireto com hidróxido de cálcio e selamento com cimento de ionômero de vidro. Indica-se controle radiográfico e da sensibilidade na sexta e na oitava semanas após a ocorrência do trauma dentário.

Fratura complicada de coroa:

realiza-se capeamento pulpar direto, pulpotomia ou pulpectomia. Em seguida, procede-se à colagem do fragmento dental, à restauração direta em resina composta ou, ainda, ao selamento com cimento de ionômero de vidro. Indica-se controle radiográfico periódico na sexta e na oitava semanas após a ocorrência do trauma dentário.

Fraturas corono-radiculares:

o nível da fratura determinará o tipo de tratamento indicado. O procedimento de urgência pode incluir a estabilização do fragmento coronário com resina composta. Nos casos casos de fraturas não complicadas de molares e pré-molares, indica-se a remoção do fragmento móvel e o selamento da dentina com cimento de ionômero de vidro. Fraturas verticais geralmente indicam a exodontia, entretanto, nos incisivos com rizogênese incompleta, muitas vezes a linha de fratura é incompleta e se estende até a crista alveolar ou levemente apical a ela. Nestes casos, o encaminhamento para terapia endodôntica e posterior tração ortodôntica produz bons resultados.

Fraturas complicadas de coroa e raiz:

nesse caso, reúnem-se os procedimentos endodônticos, indicados nos casos de fratura complicada de coroa, e de estabilização (para fratura radicular). Recomenda-se o acompanhamento clínico e radiográfico, para verificação do nível de deslocamento do fragmento coronário (cervical, médio ou apical), bem como da necessidade de encaminhamento para terapia endodôntica.

Fratura radicular:

nos dentes permanentes, a redução dos fragmentos coronários deslocados e a contenção rígida com resina composta constituem o princípio do tratamento. Nos casos de linhas de fratura próximas à região gengival, poderá ser indicada a remoção do fragmento coronário com posterior tratamento endodôntico e protético. Para os casos de fraturas do terço médio ao apical, institui-se o tratamento imediatamente após o traumatismo para uma maior facilidade no reposicionamento do fragmento. Quando houver dificuldade na realização do reposicionamento, existe uma grande chance do trauma ter gerado também uma fratura da tábua óssea vestibular, o que indica a necessidade de redução da fratura óssea antes do reposicionamento dental. A contenção rígida permanecerá por um período de 2 a 3 meses, para assegurar a consolidação do tecido duro. Os dentes com rizogênese incompleta que apresentarem fraturas radiculares incompletas não necessitarão de contenção, entretanto, poderão ser incluídos na contenção em casos de traumatismos múltiplos. Indica-se acompanhamento radiográfico periódico.

Nos casos de dor moderada ou intensa pode-se optar pela utilização dos analgésicos não-opioides, ou pela associação destes a analgésicos opioides. Veja as diferentes opções para prescrição dos medicamentos sugeridos acessando o Anexo A.

1.2 Lesões aos tecidos periodontais

Concussão e subluxação: é realizado alívio da oclusão nos dentes traumatizados ou contenção, além da indicação de dieta pastosa e proservação do caso.

Extrusão e luxação extrusiva e lateral: em caso de necessidade de reposicionamento, deve-se proceder à anestesia local, ao reposicionamento do dente até a posição normal e a contenção rígida. O paciente deverá permanecer com a contenção rígida por 2 a 3 semanas em casos de extrusão e por 3 semanas em casos de luxação lateral, salvo quando ocorrer fratura do osso marginal, caso para o qual o período de contenção passa a ser de 6 a 8 semanas. O acompanhamento radiográfico deverá ser periódico por no mínimo 1 ano.

Luxação intrusiva: nos casos de rizogênese incompleta, realizar acompanhamento até a reerupção dentária, com radiografias periódicas e encaminhamento para tração ortodôntica nos casos de rizogênese completa. Por apresentar risco de reabsorção da superfície radicular, há necessidade de 5 anos de acompanhamento.

Avulsão: nestes casos, se houver uma pessoa que tenha conhecimento para proceder à primeira intervenção no indivíduo que sofreu a avulsão, ela deverá tentar reposicionar o dente afetado dentro do alvéolo, desde que não haja risco de o paciente aspirá-lo ou engoli-lo. Nos casos de impossibilidade de reposicionamento no alvéolo, o dente pode ser mantido em leite ou soro fisiológico, podendo ser reimplantado até 6 horas após o trauma. Caso o dente tenha caído fora da cavidade bucal, deve-se apenas lavá-lo com soro fisiológico. Não se deve limpar a superfície dentária com gaze ou qualquer instrumental cortante. Logo que possível, o paciente deverá ser encaminhado ao cirurgião-dentista para estabilização do dente e tratamento endodôntico (curativo com hidróxido de cálcio).

Nos casos de avulsão dentária deve ser considerada a imunização contra o tétano, principalmente quando do
reimplante dental. A terapia antimicrobiana também esta indicada.

Veja as diferentes opções para prescrição dos medicamentos sugeridos acessando o Anexo A e Anexo B.

A profilaxia do tétano pode ser vista acessando o Anexo C.

2.1 Procedimentos clínicos para a confecção dos reparos e adição de novos elementos em próteses removíveis

Os procedimentos clínicos indicados para realização dos reparos e adições de novos elementos protéticos no âmbito da Atenção Básica, segundo a situação que a prótese removível do paciente apresenta, são:

Para os reparos mencionados anteriormente, serão necessários, no mínimo, os seguintes materiais: micromotor e peça reta, fio de aço inoxidável de 0,7 a 1,0 mm de diâmetro, alicate, resina acrílica quimicamente ativada (pó + líquido), fresa, discos ou borrachas de acabamento, gesso comum, pote Dappen, pincéis comuns e espátula metálica (Lecron).

2.2 Procedimentos clínicos para recimentação de próteses fixas

Na recimentação de próteses fixas, unitárias ou parciais, alguns aspectos devem ser observados:

  • Condição da prótese a ser cimentada ‒ caso a prótese esteja com seus contornos indefinidos e com a altura de margem gengival inadequada, faz-se necessário proceder ao reembasamento direto, com resina acrílica quimicamente ativada.
  • Seleção do agente cimentante ‒ de acordo com Mesquita, Ce e Taddeu Filho (2008), deve-se levar em conta o grau de retenção e de mobilidade dos dentes pilares, o tempo de permanência na boca, a extensão e o material de confecção da prótese, além da necessidade de ação medicamentosa sobre a polpa. Com relação aos agentes cimentantes, esses autores indicam o cimento de fosfato de zinco, por ser mais resistente à infiltração marginal. Nos casos de necessidade de ação medicamentosa, os cimentos de hidróxido de cálcio podem ser utilizados.

Fechamento

Nesta unidade, você aprendeu que os traumas dentários ocorrem em decorrência de quedas, brigas, acidentes esportivos ou automobilísticos, e de maus tratos. Os indivíduos do gênero masculino e em idade escolar são os mais acometidos. Medidas coletivas e individuais podem ser utilizadas para a prevenção dos traumas dentários.

A origem do trauma, os dados gerais e a história médica deverão ser investigados. No exame clínico, os tecidos moles, os tecidos dentários e de sustentação dentária deverão ser analisados. A conduta clínica dependerá do tipo de lesão diagnosticada, bem como do intervalo, do tempo de preservação e do prognóstico do caso. Atenção deve ser dada aos sinais de violência contra crianças.

Além disso, você aprendeu que as fraturas de próteses geralmente são decorrentes de acidentes por queda ou trauma. Consertos de grampos de retenção de próteses removíveis, recolocação de dentes e reparo de porções de resina acrílica fraturadas e cimentação de coroas protéticas podem ser realizados com materiais como fio de aço, resina acrílica, dentes de estoque, cimento de fosfato de zinco ou de ionômero de vidro, mesmo que de maneira temporária, até que o paciente consiga acessar o tratamento definitivo.

Tenha uma boa avaliação!

REFERÊNCIAS

ANDREASEN, J. O.; ANDREASEN, F. M. Fundamentos de traumatismo dental: guia de tratamento passo a passo. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001. 187p.

BASTONE, E. B.; FREER, T. J.; McNAMARA, J. R. Epidemiology of dental trauma: a review of the literature. Australian Dental Journal, 2000, v. 45, p. 2-9. Disponível em: http://www.rutlandcc.com/images/img/70125132.pdf Acesso em: 10 jun. 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção À Saúde. Departamento de Atenção Básica. Coordenação Nacional de Saúde Bucal. Projeto SB Brasil 2003: Condições de saúde bucal da população brasileira 2002-2003 ‒ Resultados Principais. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 51p

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. SB Brasil 2010: pesquisa nacional de saúde bucal - resultados principais. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

CONGRESSO PAULISTA DE TÉCNICOS EM PRÓTESE DENTÁRIA. Atualização em prótese dentária: inter-relação clínica laboratório. São Paulo: Santos, 1997. 215p.

CORTES, M. I. S.; MARCENES, W.; SHEIHAM, A. Prevalence and correlates of traumatic dental injuries to the teeth of schoolchildren aged 9 to 14 in Belo Horizonte, Brazil. Endodontics & Dental Traumatology, 2000, v. 17, p. 22-26.

FLORES, M. T. et al. Guidelines for the management of traumatic dental injuries. Section I ‒ Fractures and luxations of permanent teeth. Dental Traumatology, 2007, v. 23, p. 66-71.

FLORES, M. T. et al. _______. Section II ‒ Avulsion of permanent teeth. Dental Traumatology, 2007, v. 23, p. 130-136.

FLORES, M. T. et al. _______. Section III ‒ Primary teeth. Dental Traumatology, v. 23, p. 196-202, 2007.

FORSBERG, C. M.; TEDESTAM, G. Etiological and predisposing factors related to traumatic injuries to permanent teeth. Swedish Dental Journal, v. 17, n. 6, p.183-190, 1993.

LEVIN, L.; ZADIK, Y. Education on and prevention of dental trauma: it’s time to act!. Dental Traumatology, Denmark, 2012, v. 28, p. 49–54.

MARCENES, W.; ALESSI, O. N.; TRAEBERT, J. Causes and prevalence of traumatic injuries to the permanent incisors of school-children aged 12 years in Jaraguá do Sul, Brazil. International Dental Journal, London, 2000, v. 50, p. 87-92.

MARCENES, W.; ZABOT, N. E.; TRAEBERT, J. Socio-economic correlates of traumatic injuries to the permanent incisors in schoolchildren aged 12 years in Blumenau, Brazil. Dental traumatology, Denmark, 2001, v. 17, p. 222-226.

MESQUITA, E.; CE, G.; TADDEU FILHO, M. Prótese unitária. Florianópolis: Ponto, 2008. 296p.

PETERSEN, P. E. et al. The global burden of oral diseases and risks to oral health. Bull World Health Organ, v. 83, n. 9, p. 661-669, 2005.

RIBEIRO, Maurício Serejo. Manual de prótese total removível. São Paulo: Santos, 2007. 123p.

RIBEIRO, Maurício Serejo; SALVADOR, Milton Carlos Gonçalves. Manual de laboratório prótese total. 2. ed. São Paulo: Santos, 2007. 123p.

TRAEBERT, J.et al. Prevalence of traumatic dental injury and associated factors among 12-year old school children in Florianópolis, Brazil. Dental traumatology, Denmark, 2003, v. 19, p. 15-18.

TELLES, D. de M. Prótese total: convencional e sobre implantes. São Paulo: Santos, 2009. 492p.

TURANO, Jose Ceratti; TURANO, Luiz Martins; TURANO, Marcello Villas-Bôas. Fundamentos de prótese total. 9. ed. São Paulo: Santos, 2010. 569p.

Autores

Renata Goulart Castro

Possui graduação em Odontologia (1998) e mestrado em Odontologia em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC (2003). É doutora pelo programa de Pós-Graduação em Odontologia da UFSC, área de concentração Odontologia em Saúde Coletiva.

http://lattes.cnpq.br/2457909178885588

Ana Lúcia Schaefer Ferreira de Mello

Doutora em Enfermagem. Doutora em Odontologia em Saúde Coletiva. Especialista em Odontogeriatria. Professora
do Departamento de Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professora das disciplinas
de Interação Comunitária do Curso de Odontologia da UFSC. Atua também no Programa de Pós-graduação em
Odontologia – área de concentração Odontologia em Saúde Coletiva da UFSC.

http://lattes.cnpq.br/6656705142477097