Título

Medidas que retardam a progressão

Controle da pressão arterial

A hipertensão arterial está presente em cerca de 60-100% (de acordo com população estudada) dos pacientes com DRC (CAMPESE; MITRA; SANDEE, 2006; RITZ, 2007).

Os principais mecanismos que levam à hipertensão nestes pacientes são a sobrecarga de volume e ativação do sistema renina angiotensina aldosterona (SRAA) (RITZ, 2007; NATIONAL KIDNEY FOUNDATION, 2012; MANCIA et al., 2007). Clique nos números ao lado da imagem para continuar a leitura sobre o controle da pressão arterial.

A meta a ser atingida é de PA < 140x90mmHg, todas as classes são eficazes, mas individualizar tratamento e observar que se deve não apenas reduzir a PA, mas também a proteinúria. Portanto, em pacientes com algum grau de albuminúria, os inibidores do SRAA - inibidores da enzima de conversão (IECA) ou bloqueadores do receptor da angiotensina (BRA) - devem ser utilizados (NATIONAL KIDNEY FOUNDATION, 2012).

O uso preferencial de IECA/BRA é devido à sua ação em reduzir a pressão arterial e intraglomerular, reduzindo a proteinúria. Quando a proteinúria estiver presente, valores abaixo de 130mmHg pressão arterial sistólica (PAS) devem ser alcançados com a ressalva da monitorização da função renal.

Em recente consenso europeu de hipertensão, não se recomenda o uso de BRA e IECA em combinação, por não haver estudos suficientes que comprovem a eficácia da combinação em reduzir a proteinúria (MANCIA, 2013). Recomenda-se também que se associe IECA ou BRA a outros anti-hipertensivos para se atingir o controle da PA. O controle da pressão arterial no paciente com disfunção renal deve ser uma meta obrigatória.

Deve-se, portanto, otimizar o uso de anti-hipertensivos incluindo as mais diversas classes de medicamentos, lembrando que IECA e BRA têm comprovada ação renoprotetora, principalmente em pacientes proteinúricos, lembrar o uso de anti-hipertensivos em doses ótimas (SICCA; CARL, 2005).

CAMPESE, V.M.; MITRA, D.; SANDEE, D. Hypertension in renal parenchymal disease: why is it so resistant to treatment? Kidney Int, v. 69, n. 6, p. 967-973, 2006.
MANCIA, G. et al. Guidelines for the Management of Arterial Hypertension: the task force for the Management of Arterial Hypertension of the European Society of Hypertension (ESH) and of the European Society of Cardiology (ESC). J Hypertens, v. 25, n. 6, p.1105-1187, 2007.
______, Giuseppe et al. ESH/ESC Guidelines for management of arterial hypertension. European heart Journal, v. 34, p. 2159-2219, 2013.
NATIONAL KIDNEY FOUNDATION. Clinical Practice Guideline for the Evaluation and Management of Chronic Kidney Disease. Kidney International Supplements, v. 3, n. 1, p. 5-150, 2012.
RITZ, E. Hypertension: the kidney is the culprit even in the absence of kidney disease. Kidney Int, v. 71, n. 5, p. 371-372, 2007.
SICCA, D.D.; CARL, D. Pathologic basis and treatment considerations in chronic kidney disease-related hypertension. Semin Nephrol, v. 25, n. 4, p. 246-251, 2005.