Principais consequências: insuficiência renal, infecção do trato urinário, sepse, aumento do risco de quedas e fraturas, maceração da pele com formação de feridas e impacto psicossocial (isolamento social, depressão, vergonha).
Classificação
A incontinência urinária é classificada em cinco tipos. Clique nas abas abaixo e conheça a classificação.
Decorre de lesão esfincteriana, em consequência de cirurgias para tratamento de hiperplasia prostática e, principalmente, câncer de próstata. Caracteriza-se por perdas urinárias contínuas, sem globo vesical palpável ou resíduo significativo (SOUZA, 2011).
Representa 30% das causas em idosos do sexo feminino. Decorre de deficiência esfincteriana associada ou não à hipermotilidade do colo vesical. Durante manobras de esforço (tosse, espirro etc.), a pressão vesical supera a pressão no nível do esfíncter, gerando perdas. Caracteriza-se por perdas urinárias relacionadas a aumentos da pressão intra-abdominal, não precedida de desejo miccional. Em homens é comum após ressecção prostática ou radioterapia.
Decorre da associação da incontinência de urgência a de esforço.
Importante causa em homens idosos. Decorre da hiperdistensão vesical, geralmente secundária à obstrução prostática ou hipocontratilidade detrusora. O paciente não consegue obter micções eficazes, permanecendo com a bexiga repleta e perdendo urina por transbordamento. Caracteriza-se por perdas em gotejamento associadas a globo vesical palpável (bexigoma).
Principal causa em idosos de ambos os sexos, decorrendo de hiperatividade detrusora e caracteriza-se pela perda urinária com desejo súbito e incontrolável de urinar.
Epidemiologia
Principais consequências: insuficiência renal, infecção do trato urinário, sepse, aumento do risco de quedas e fraturas, maceração da pele com formação de feridas e impacto psicossocial (isolamento social, depressão, vergonha).
Consequências
Epidemiologia: estima-se que 8% a 34% das pessoas acima de 65 anos possuam algum grau de insuficiência urinária. Atinge cerca de 50% de idosos institucionalizados e é mais prevalente em mulheres; apenas 50% dos portadores deste tipo de insuficiência procuram consulta por este motivo; um dos aspectos mais importantes na incontinência urinária do idoso é caracterizá-la como transitória ou permanente (SOUZA, 2011).
Anamnese específica para quedas
Onde caiu?
O que fazia no momento da queda?
Alguém presenciou a queda?
Faz uso de benzodiazepínicos, neurolépticos, antidepressivos, anticolinérgicos, hipoglicemiantes, medicação cardiológica ou polifarmácia?
Houve introdução de alguma droga nova ou alteração das dosagens?
Faz uso de bebida alcoólica?
Houve convulsão ou perda de consciência?
Houve outras quedas nos últimos três meses? Em caso positivo: permaneceu caído mais de 5 minutos sem conseguir levantar-se sozinho?
Houve mudança recente no estado mental?
Fez avaliação oftalmológica no ano anterior?
Há fatores de risco ambientais?
Há problemas sociais complexos ou evidências de maus-tratos?
Há problemas nos pés ou calçados inadequados? (ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA; CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2004).
Os idosos que apresentam fatores de risco conhecidos para quedas devem ser questionados, periodicamente e de forma incisiva, pois devido ao temor de serem institucionalizados, frequentemente, omitem a ocorrência desses acidentes.
Exame físico
Sinais vitais;
Orientação (data, local); sinais de localização neurológica;
Estado de hidratação, sinais de anemia, estado nutricional;
Exame cardiorrespiratório;
Situação dos pés;
Sinais de trauma oculto (cabeça, coluna, costelas, extremidades, pelve, quadris);
Atenção para apresentações atípicas das doenças.
Avaliação do equilíbrio e marcha:
Instabilidade ao ficar de pé;
Instabilidade ao ser puxado ou empurrado com uma leve pressão no esterno;
Instabilidade ao fechar os olhos em posição de pé;
Instabilidade com extensão do pescoço ou ao virar para os lados;
Instabilidade ao mudar de direção;
Dificuldade de sentar-se e levantar-se;
Diminuição da altura e comprimento dos passos;
Teste “get-up and go” (levante-se e ande): o paciente sentado em uma cadeira sem braços deverá levantar-se e caminhar três metros até uma parede, virar-se sem tocá-la, retornar à cadeira e sentar-se novamente, à medida que o médico observa eventuais problemas de marcha e/ou equilíbrio (ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA; CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2004).
Exames complementares
Os exames complementares deverão ser solicitados conforme o caso.
Entretanto, os seguintes itens podem ser considerados:
Hemograma, glicose, creatinina, eletrólitos, hormônios da tireoide, enzimas cardíacas, gasometria arterial;
Exame simples de urina;
ECG;
Raio-X de tórax;
Tomografia computadorizada do crânio (ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA; CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2004).
Referências
SOUZA, Dayse Maria Morais e (Org.). A Prática diária na Estratégia Saúde da Família. Juiz de Fora: UFJF, 2011. 462 p. Disponível em: http://www.ufjf.br/nates. Acesso em: 15 maio. 2014.