Atividade 05 - OFFLINE

Unidade Didática II

Módulo: Saúde Mental

Atividade 05 – OFFLINE

Para cada caso clínico descrito e comentado anteriormente, apresentamos, a seguir, como foi a abordagem de uma equipe de Saúde da Família (situação). Reflita sobre as condutas tomadas e comente-as no fórum de discussão de casos clínicos.

Algumas questões que podem estimular o debate de cada caso: você considera que a conduta foi adequada? Em sua realidade, você e sua equipe conduziriam os casos de forma diferente? Comentem à vontade!

 

Situação 1 – Francisco, 42 anos, trabalhador rural.

A equipe de Saúde da Família do município de Carrancas do Sul, com 22.000 habitantes, na zona rural, sem cobertura de serviços de saúde mental, iniciou o acompanhamento desse caso. O médico da equipe achou que o paciente estava apresentando sofrimento psíquico, mas com apresentação somática. Resolveu não pedir mais exames complementares e combinou com o paciente que ele seria atendido semanalmente, já que ele percebia o seu sofrimento e sua necessidade de atendimentos mais regulares. Com o intuito de reverter a expectativa negativa da equipe em relação a Francisco, o médico promoveu uma reunião com a equipe esclarecendo a origem dos sintomas e o novo contrato de tratamento. Também promoveu uma discussão do caso para ampliar o suporte psicossocial de Francisco e de sua família. Como o médico não identificou, até aquele momento, sintomas ansiosos e depressivos evidentes, optou, inicialmente, por não medicar o paciente.
Comentário:

Situação 2 – Dona Maria Helena, 51 anos, do lar.
A equipe de Saúde da Família do município de Patópolis, com 130.000 habitantes, na zona urbana, com cobertura de Centro de Apoio Psicossocial I (CAPS I), estava acompanhando o caso. A enfermeira que acolheu o caso pela primeira vez observou que a paciente apresentava importante dependência dos benzodiazepínicos e algum tipo de alteração psiquiátrica, possivelmente um quadro de ansiedade. Ela solicitou uma conversa com o agente comunitário de saúde (ACS) para aprofundar a identificação de problemas de âmbito sociofamiliar e agendou uma consulta com o médico da equipe para reavaliação da medicação. O médico avaliou que a paciente apresentava perfil ansioso, muito apegado à medicação psicotrópica e com muita dificuldade de controle da pressão arterial, por conta de seus problemas psíquicos. Após contato telefônico com o psiquiatra do CAPS, o médico da equipe propôs a introdução de uma nova medicação, sertralina® 50 mg/dia e manutenção do diazepam® até o próximo encontro, em duas semanas, já que a paciente estava muito resistente a diminuir a dose do benzodiazepínico. Em reunião de equipe, ficou decidido que ela seria estimulada semanalmente a comparecer ao grupo de cuidados da saúde pelo ACS e que uma visita seria programada para possível entrevista com o marido, já que ele se recusava a vir à unidade de saúde.

Comentário:

Situação 3 – Paulo, 65 anos, policial militar aposentado.

A equipe de Saúde da Família de Miracema do Sul, com 75.000 habitantes, que recebia a visita de um psiquiatra e uma psicóloga, quinzenalmente, para atendimento e discussão de casos clínicos na unidade básica de saúde, já conhecia o paciente. Como ele se recusava a comparecer à unidade de saúde, o agente comunitário de saúde (ACS), o médico e o enfermeiro da equipe resolveram visitá-lo. Constataram que ele estava muito desvitalizado, não admitia o problema, pedia apenas para ficar sozinho. Preocupados com a gravidade da situação, solicitaram que o filho do senhor Paulo o removesse para o Hospital Geral Municipal, onde deveria ficar internado, sob supervisão contínua da família, até que o psiquiatra pudesse atendê-lo, dali a dois dias. Até a avaliação do colega especialista, o médico de família iria visitá-lo diariamente no hospital. Como medicação, optou-se pela prescrição de diazepam® 5 mg pela manhã e 10 mg à noite e nortriptilina® 50 mg à noite.

Comentário:

Situação 4 – Pedro, 37 anos, curso superior incompleto.
A equipe de Saúde da Família de Bandeirantes, com 250.000 habitantes, que possui Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (CAPS AD), foi quem recebeu Pedro na unidade básica de saúde. Por se tratar de um caso complexo, após o atendimento clínico o médico da equipe resolveu se reunir rapidamente com a enfermeira, o técnico de enfermagem, o dentista e o agente comunitário de saúde (ACS) da área para planejarem o acompanhamento ao paciente. Os objetivos das intervenções seriam: a) tratar a síndrome de abstinência alcoólica; b) sensibilizar o paciente para a necessidade de acompanhamento em serviço especializado de dependência química; e c) dar apoio regular e orientações úteis para a família. O médico iria se responsabilizar pelos dois primeiros objetivos, enquanto a enfermeira e o ACS se encarregariam do último. As medidas instituídas serão discutidas na reunião semanal de equipe para acompanhamento dos progressos realizados. O serviço estaria aberto para acolhimento do caso e dos familiares, sempre que necessário, e os pais foram encorajados a continuar frequentando grupos de autoajuda na comunidade ou a participar do grupo de orientação familiar do CAPS AD.

Comentário:

Situação 5 – José Mauro, 19 anos, estudante do último ano do Nível Médio.
A equipe de Saúde da Família de Capitolândia, com 750.000 habitantes, que possui Centro de Atenção Psicossocial II (CAPS II) e hospital psiquiátrico, foi quem realizou a visita domiciliar. Após colherem, em separado, a história da família e do paciente, o médico propôs a José Mauro uma medicação para ajudá-lo a dormir melhor à noite: haloperidol® 5 mg e diazepam® 10 mg à noite. Além disso, como o paciente se sentia ameaçado, orientou que ele evitasse ir à escola ou sair sozinho. Como José Mauro aceitou tomar a medicação em casa e apresentava-se cooperativo com a família, a enfermeira se dispôs a visitá-lo a cada dois dias para supervisionar a tomada da medicação e possíveis intercorrências, até que a equipe de Saúde Mental do CAPS pudesse ser acionada para uma possível visita domiciliar. Os pais foram orientados a, caso o paciente recusasse a medicação oral e apresentasse agitação psicomotora ou conduta violenta, acionar a urgência psiquiátrica domiciliar, por intermédio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

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