Práticas éticas e legais no enfrentamento da morte
Fenômenos transformativos destrutivos
Autólise
Devido à parada da circulação, as células deixam de receber nutrientes e oxigênio, prejudicando, assim, as trocas nutritivas e sofrendo, pela ação dos fermentos, a acidificação. Esse meio ácido estimula a liberação de enzimas celulares que destroem a célula progressivamente. Assim, chama-se de autólise esse processo de destruição celular. Tal processo ocorre sem nenhuma participação bacteriana. É o mais precoce dos fenômenos cadavéricos.
O meio vivo é neutro (pH do sangue é de 6,95 a 7,8). No momento em que surge a mais leve acidez, a vida vai tornando-se impossível. Dessa forma, a variação do pH dos tecidos é um sinal evidente de morte (FRANÇA, 2008; FRANÇA 2015; HÉRCULES, 2014).
Putrefação
A putrefação cadavérica consiste na decomposição fermentativa da matéria orgânica pela ação bacteriana e de outros germes, decompondo o corpo em substâncias mais simples.
O ponto de partida da putrefação é o intestino, assim, seus primeiros sinais se exteriorizam no abdome, correspondendo à mancha verde abdominal. A exceção a essa regra são os recém-nascidos e fetos, que iniciam a putrefação pelas vias respiratórias, já que essas regiões são inicialmente colonizadas por bactérias (FRANÇA, 2008; FRANÇA 2015; HÉRCULES, 2014).
Vários fatores interferem na decomposição cadavérica, tais como:
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a temperatura;
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a aeração;
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o peso do corpo;
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as condições físicas;
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a idade do morto;
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a causa da morte.
A presença de graves infecções e grandes mutilações aceleram o processo, já a utilização de antibióticos e certos medicamentos em vida retardam a putrefação. A putrefação é mais rápida nos recém-nascidos e nas crianças do que nos adultos. Quanto mais obeso é o indivíduo, mais rapidamente progride a putrefação (FRANÇA, 2008; FRANÇA 2015; HÉRCULES, 2014).