Abordagens de adultos em situações de urgência e emergência na Atenção Básica
Processo de formação e educação permanente na área de urgência no SUS
No Brasil, a atenção e a formação em urgência são de domínio multidisciplinar, embora o SUS tenha adotado estratégias de atenção às urgências do modelo franco-germânico (socorro médico realizado por equipe de saúde), representado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e pela Regulação Médica de Urgências, e do modelo anglo-germânico (realizado por equipe multidisciplinar de saúde: médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e condutor), representado pelo APH móvel realizado por militares. Já na área hospitalar, há dois modelos de atenção: um generalista e outro de especialista (ALMEIDA, 2012; DYKSTRA, 1997; SANTOS, 2003; SCARPELINI, 2007).
As universidades e alguns serviços têm incorporado estratégias didáticas e assistenciais do modelo anglo-americano, por meio da oferta de cursos específicos de Urgência e Emergência que podem e devem ser feitos por profissionais da Atenção Básica, como o Advanced Life Trauma Support (ATLS), o Advanced Cardiac Life Support (ACLS), o Basic Life Support (BLS), entre outros (SANTOS, 2003).
Todavia, essas estratégias, sem espaços aglutinadores, não garantem a educação permanente e o aperfeiçoamento dos serviços (SANTOS, 2003). Esses cursos de carga horária curta têm o ensino com base na avaliação geral e rápida do paciente, incluindo verificação de sinais vitais e, como não poderia deixar de ser, aplicação de medidas terapêuticas para suporte básico de vida. Porém, não problematizam a realidade dos serviços de saúde brasileiros.
Um dos avanços no processo de formação e educação permanente nessa área foi a aprovação do Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Atenção às Urgências, que orienta a criação e organização de Núcleo de Educação em Urgência como um espaço (estrutura) capaz de problematizar a realidade dos serviços e estabelecer nexo entre o trabalho e a educação no âmbito SUS, de forma a resgatar o processo de capacitação e educação continuadas para o desenvolvimento dos serviços, a geração de impacto em saúde e o estabelecimento de um currículo mínimo de capacitação e habilitação para o atendimento às urgências (BRASIL, 2002; 2003).
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Para saber mais sobre a construção das Políticas de Urgência e Emergência no Brasil, acesse o curso Urgência e Emergência no SUS: arcabouço jurídico, que faz parte desse Programa de Qualificação em Urgência e Emergência na Atenção Básica. |