Abordagens de adultos em situações de urgência e emergência na Atenção Básica
Acolhimento com classificação de risco
No âmbito do SUS, o acolhimento de situações de urgência e emergência é baseado no critério de gravidade.
Quando o número de doentes e a gravidade das lesões não excederem a capacidade de atendimento da instituição, a prioridade é atender os doentes com maior chance de sobrevida (ATLS, 2012; ENGEL, 2015).
O acolhimento com classificação de risco, realizado nos pontos de atenção da RAU, é uma das estratégias do Programa Nacional de Humanização do SUS que tem como objetivo não demorar em prestar atendimento àqueles que necessitam de uma conduta imediata (BRASIL, 2004).
Diversas estratégias podem ser adotadas para melhorar o acesso do usuário à unidade de saúde. A Classificação de Manchester é geralmente a mais usada. Fundamenta-se em prioridades clínicas, para garantir um atendimento adequado e equânime (BRASIL, 2013c). Foi inicialmente direcionada para serviços de pronto-socorro, mas é possível adotá-la nas Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Saúde da Família de forma singularizada. Por exemplo: se um usuário procura a USF de forma espontânea por achar que precisa de um “exame de rotina” ou para “trocar uma receita vencida”, pode ser encaminhado para o agendamento programado, principalmente se a demanda espontânea estiver sobrecarregada. Entretanto, se o usuário procura a unidade de saúde para agendar consulta para sua esposa, mas, na fila de espera, começa a sentir mal-estar e tontura, deve ser atendido no dia, e orientado em relação à importância do acompanhamento, de acordo com o diagnóstico/situação clínica.
Verifique a seguir um exemplo de como utilizar um modelo de Classificação da Demanda Espontânea na Atenção Básica:
Modelo de classificação da demanda espontânea na Atenção Básica
Classificação | Situações possíveis | Exemplo |
---|---|---|
Atendimento imediato | Alto risco de vida, necessita da intervenção da equipe no mesmo momento. | Parada cardiorrespiratória |
Atendimento prioritário | Risco de vida moderado, ofertar inicialmente medidas de conforto. Se necessário, manter o usuário em observação. | Crise asmática leve e moderada |
Atendimento no dia | Risco baixo, situação que precisa ser manejada no mesmo dia pela equipe. Requer atendimento/orientações específicas. | Disúria |
Agendamento | Situação não aguda. As condutas podem ser: inclusão em ações programáticas, agendamento de consulta conforme necessidade e em tempo oportuno. | Solicitação de exames de rotina |
Fonte: (BRASIL, 2013c, adaptado).
Saiba mais | |
Para saber mais sobre acolhimento e classificação de risco no SUS, recomendamos a leitura das seguintes publicações (BRASIL, 2013b, 2013c): | |
O curso "Política Nacional de Humanização", deste mesmo Programa de Qualificação, explora mais esse tema. Recomendamos que você acesse-o. Clique aqui para se inscrever no curso e visualizar o conteúdo. |