As urgências e a Política Nacional de Humanização

 Atenção

Desafios da humanização em relação às urgências

  1. Reduzir filas e o tempo de espera, buscando atender, no tempo e local certos, cada caso, ampliando o acesso, com atendimento acolhedor e resolutivo, baseado em critérios de risco;
  2. Identificação e responsabilização devem ser eixos norteadores de todos os processos de planejamento, garantindo o acesso à informação com uma gestão participativa e com educação permanente;
  3. Ampliar o diálogo entre todos os envolvidos, estimular práticas resolutivas e eliminar intervenções desnecessárias;
  4. Reforçar o conceito de “Clínica Ampliada”, que tem três eixos importantes:
    1. Um compromisso com o sujeito e seu coletivo, olhando cada paciente como um ser que tem um número de pessoas ao seu redor, pois cada movimento que fazemos com ele está movimentando também todas essas pessoas, como marido, esposa, filhos, mãe, pai etc.;
    2. Utilização de diferentes práticas terapêuticas, garantindo, aqui, outras opções como homeopatia, acupuntura, fitoterapia etc.;
    3. Responsabilizar gestores, trabalhadores e usuários pela produção de saúde, através de participação ativa nos Comitês e Conselhos;
  5. Estar atento à questão da violência intrafamiliar com a criança, mulher e idoso, posto que o aumento estatístico deve proporcionar ações a serem desenvolvidas;
  6. Combater o preconceito sexual, racial, religioso e outros;
  7. Proporcionar uma ambiência acolhedora e confortável que induza a um “bom dia” e um sorriso no rosto de todos os trabalhadores envolvidos;
  8. Ter os colegiados gestores com a participação dos trabalhadores das urgências;
  9. Garantir um incentivo e valorização da jornada integral no SUS, discutindo, aqui, a gestão de pessoas, sua formação acadêmica, sua especialização e suas capacitações em serviço necessárias.

Temos que aprender a trabalhar em equipe, entendendo e respeitando os limites de cada um no processo assistencial, a interface de cada profissional para garantir um “todo”, a importância do acolhimento e classificação de risco. Não se deve mais atender por ordem de chegada, garantindo o referenciamento aos demais níveis do sistema e as contrarreferências aos pacientes que buscam as portas de urgência, assegurando a transferência segura. Tudo isso discutido, pactuado e por escrito com toda a equipe e gestão como protocolos clínicos (BRASIL, 2004a, 2004d).

Para a construção de uma política de qualidade do SUS, a humanização deve ser vista como uma das dimensões fundamentais, não podendo ser entendida como apenas um “Programa” a mais a ser aplicado aos diversos serviços de saúde, mas sim como uma Política que opere transversalmente em toda a rede SUS.

Quando falamos de humanização, não queremos tratar de humanizar o humano, mas de enfrentar e lidar com relações de poder, trabalho e afeto, que são fontes produtoras de práticas desumanizadas. É a forma de nos relacionar que nos desumaniza e transforma as unidades de saúde, ao invés de produtoras de saúde, em produtoras de doenças.

Nas urgências, devemos estar atentos a:

  • Observar a presença ou suspeita de violência intrafamiliar, principalmente em crianças, mulheres e idosos;
  • Combater o preconceito, seja sexual, racial, religioso, social ou qualquer outro;
  • Fazer a ambiência acolhedora e confortável;
  • Garantir a participação dos trabalhadores em todos os colegiados gestores;
  • Incentivar e valorizar a jornada integral e o trabalho em equipe.
Última atualização: quarta, 21 Nov 2018, 16:59