Responsabilidades da equipe na execução do procedimento

Responsabilidades da equipe na execução do procedimento

É importante salientar que a educação em saúde deve estar presente em todos os momentos da assistência domiciliar. Então, faz-se necessário, durante o processo de cura ou controle da condição crônica em saúde, que os indivíduos sejam agentes ativos neste processo, por meio de adesão às mudanças necessárias ao seu estilo de vida. Na perspectiva do cuidado no domicílio, a equipe multiprofissional sempre irá atuar de forma que suas ações reflitam atitudes de acolhimento, respeito e segurança, seja ao paciente, à família, ao cuidador ou à comunidade (DUARTE, 2000).

No contexto da atuação da enfermagem, a abordagem aos pacientes que necessitam de assistência à saúde no domicílio deve ser coerente com as leis e normas que regem a profissão, estar articulada por protocolos clínicos e embasada por um referencial teórico e científico atualizado que contemple as singularidades dos sujeitos e de sua família.

Tendo por base essa ideia, cabe à equipe de enfermagem, na execução do procedimento, estar ciente de que
o enteroclisma pode ser realizado por técnicos e auxiliares de enfermagem sob supervisão do enfermeiro ou pelo próprio enfermeiro, sendo de competência privativa deste último a consulta de enfermagem, que tem como objetivo avaliar (Artigo 11, do Decreto 94.406/87 que regulamenta a Lei 7.498/86 do exercício profissional da enfermagem):

  • os possíveis sinais e sintomas de impactação das fezes (fecaloma);
  • distensão abdominal;
  • flatulência e outros distúrbios gastrointestinais;
  • pacientes críticos;
  • casos de maior complexidade técnica que exijam conhecimentos de base científica e necessidade de tomar decisões imediatas.



Atenção!

Uma parte importante dos cuidados prestados pela equipe de enfermagem ao paciente domiciliado é ajudar o paciente a superar as dificuldades de eliminação intestinal. É importante que a equipe oriente a reeducação intestinal tão logo o paciente possa se alimentar sozinho ou com ajuda de cuidadores, através da ingestão de líquidos, dieta rica em fibras vegetais ou alimentos laxantes naturais (em caso de constipação) e atividade física diária (se possível) (DUARTE, 2000; SCRAMIN e MACHADO, 2006).



Além destes cuidados, algumas dicas podem ser dadas ao paciente para efetivar a reeducação intestinal, como:

  • responder sem demora ao desejo de defecar;
  • tentar estabelecer uma rotina com horário fixo, de preferência após uma das refeições, mesmo que sem vontade de eliminar as fezes. Oriente o paciente a permanecer de 15 a 20 minutos no sanitário, sem aplicar força para evacuar;
  • realizar manobras de massagem (como a Manobra de Rosing);
  • manter a privacidade do paciente em momentos de necessidade de evacuação (NETTINA, 2003; POTTER, 2009).

Problemas na eliminação intestinal causada por falta de privacidade (devido a presença de familiares) e limitações funcionais podem causar futuros problemas na alimentação; na mobilidade, devido a dor; lesão da região perianal causadas por fezes líquidas; e alteração de sono e conforto (DUARTE, 2000; SCRAMIN e MACHADO, 2006).



Última atualização: terça, 10 Jun 2014, 13:46