Operacionalização da implantação da vacina contra HPV

Operacionalização da implantação da vacina HPV

Para o sucesso da campanha de vacinação contra o HPV, é fundamental o trabalho articulado entre as Secretarias Estaduais de Saúde, as Secretarias Municipais, as Regionais de Saúde, as Unidades Básicas de Saúde e as Escolas Públicas e Privadas. Para isso, é importante que cada instituição tenha suas atribuições e ações bem definidas e conhecidas, assim como a elaboração de um cronograma de atividades (BRASIL, 2014).

É fundamental a parceria com as escolas, com envolvimento dos professores na conscientização da importância da vacina HPV, contribuindo para a disseminação de informações, aceitação e participação das adolescentes na vacinação (BRASIL, 2014).

A vacina HPV poderá ser administrada nas escolas ou nas unidades de saúde, a depender da realidade local.

É importante esclarecer que o acesso dos adolescentes aos serviços de saúde, mesmo sem autorização ou desacompanhados dos pais ou responsáveis, inclusive à vacinação, é um Direito previsto na Constituição Federal Brasileira, no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990) e no Sistema Único de Saúde (Lei 8080/1990)  (BRASIL, 2014).

O Programa Nacional de Imunizações recomenda que seja realizado um registro nominal das adolescentes vacinadas para que possam ser “encontradas” nas situações de não comparecimento nas doses aprazadas. Tal medida visa à garantia do cumprimento do calendário vacinal.

Na unidade 3, é abordado com detalhes como realizar o registro nominal, o acompanhamento das coberturas vacinais e o fluxo de informações.

Está disponível no site do Ministério da Saúde o Guia Prático sobre HPV – Perguntas e Respostas, que aborda os aspectos relacionados não só às ações de vacinação contra o HPV, mas também as suas formas de contágio, a seu diagnóstico, a sua relação com o câncer e a sua prevenção. É importante que você conheça esse guia e indique a sua leitura para quem o(a) procurar perguntando sobre a vacinação contra HPV (BRASIL, 2014).

A seguir, sugerimos algumas ações que podem ser realizadas nos níveis estaduais e municipais para a implantação da vacina HPV:

  • constituir um Comitê de Mobilização com a participação da Atenção Básica, Saúde da Mulher e do Adolescente, DST-Aids, COSEMS, Secretaria Estadual de Educação, Saúde Indígena, Secretaria de Assistência Social (para as ações de vacinação para as adolescentes em situação de rua e as não matriculadas) e grupos/organizações estudantis para definição de um Plano de Ação com atividades de divulgação das ações de vacinação contra o HPV;
  • realizar seminários estaduais, regionais e municipais para sensibilizar e orientar os profissionais de saúde e de educação quanto à importância da vacinação;
  • divulgar as informações para profissionais de saúde, professores, pais e comunidade em geral por meio da mídia (jornais, TV, rádio, facebook, sites das secretarias de saúde e educação);
  • incluir, no plano de ação, a estratégia de vacinação de adolescentes em situação de rua e não matriculadas. Deve-se contar com o apoio de serviços de atendimento socioassistencial, tais como: CRAS, CREAS, Pastorais, serviços da rede de cuidados à pessoa com deficiência, entre outros;
  • realizar vacinação nas escolas:
    • essa ação será muito importante para o alcance da meta de 80% de cobertura vacinal das adolescentes. A experiência dos mais de 50 países que já adotam a vacina HPV demostra que melhores coberturas vacinais podem ser obtidas com a vacinação na escola, uma vez que essa estratégia facilita o acesso à vacina para as adolescentes que não procuram ou têm dificuldade de acesso às unidades de saúde. Além disso, como formadora de opinião, a escola possui legitimidade na disseminação das informações às adolescentes (BRASIL, 2014);
    • organizar e agrupar as escolas que ficarão sob responsabilidade de cada unidade de saúde;
    • visitar as escolas para agendar um momento de discussão sobre a vacinação;
    • agendar reunião com a direção das escolas, coordenação, professores (principalmente de ciências e biologia), pais e responsáveis para a sensibilização quanto à importância da vacinação e do cumprimento do esquema vacinal com as três doses;
    • é importante esclarecer que a vacinação das adolescentes nas escolas poderá ocorrer sem necessidade de autorização ou acompanhamento dos pais ou responsáveis, no entanto, caso não autorizem, deverão encaminhar o Termo de Recusa.

Para você não se perder, disponibilizamos a seguir um check list para a vacinação nas escolas, que também está disponível para download aqui.

Última atualização: quinta, 11 Jun 2015, 23:05