Abordagens em situações de urgências dermatológicas na Atenção Básica

As patologias da pele são ocorrências bastante frequentes na Atenção Básica. Estima-se que acometam, aproximadamente, de 30% a 55% da população, podendo ser restritas apenas ao tegumento. Porém, por vezes, a pele pode expressar sinais e sintomas como a primeira manifestação ou manifestação tardia de doenças sistêmicas (figura abaixo) (WILLIAMS, 2010):

As informações necessárias para fechar um diagnóstico de doença dermatológica podem ser obtidas utilizando-se: a entrevista, a observação, o exame físico, os resultados de provas diagnósticas (como biópsias), a revisão de prontuário e a colaboração de outros profissionais.

O diagnóstico das doenças dermatológicas depende de uma análise minuciosa das lesões elementares, dos arranjos, distribuição e sintomas. Por isso é muito importante atentar para os aspectos semiológicos da dermatologia, conhecer os padrões de lesões primárias, e os recursos disponíveis para prestar assistência (BRASIL, 2008).

Não deixe de considerar, também, os determinantes sociais da saúde, que muitas vezes influenciam urgências e emergências dermatológicas. Estes incluem as condições socioeconômicas, culturais e ambientais, e relacionam-se diretamente com as condições de vida, como habitação, saneamento, ambiente de trabalho, serviços de saúde e educação, incluindo também as relações sociais e comunitárias (DAHLGREN; WHITEHEAD, 2007).

Pausa para a reflexão

Antes de darmos continuidade aos estudos, analise o caso a seguir: Clara tem 06 anos, é filha de Margarida, e procurou a Unidade de Saúde da Família Pontal dos Coqueirais porque está com feridas na cabeça. Margarida informa que a filha está assim há uns 15 dias e que tem coçado bastante. Segundo ela, a filha de uma vizinha está com o mesmo sintoma. Ao examinar o couro cabeludo, a médica notou que há lêndeas escuras aderidas ao cabelo, escoriações na nuca e lesões com crostas melicéricas disseminadas no couro cabeludo.  Considerando que este é apenas um dos exemplos comuns na rotina da equipe de saúde da família, na sua opinião, que determinantes sociais influenciam na frequência das doenças dermatológicas mais prevalentes nos usuários da sua área de atuação? E o que pode ser feito para diminuir essas afecções?