Abordagens em situações de urgências dermatológicas na Atenção Básica
Assistência nas situações de urticárias
A urticária é uma síndrome reacional da pele e das mucosas frente a diferentes estímulos etiológicos, que se distingue por pápulas dérmicas que se manifestam por meio de placas eritematosas, edematosas, transitórias, de diferentes tamanhos e associadas com prurido (GRILLO et al., 2013).
Algumas causas comuns que desencadeiam a urticária são (SBD, 2017):
- medicamentos (antibióticos, analgésicos, anti-inflamatórios, vitaminas);
- alimentos (corantes, conservantes e aditivos);
- infecções (bactérias, vírus e parasitas);
- estímulos físicos (calor, sol, frio, fricção e vibração);
- picada de insetos, doenças endócrinas (tireoidites) ou reumatológicas (lúpus eritematoso);
- doenças malignas (linfomas e tumores);
- ou, em muitas vezes, a causa não é determinada.
Na urticária, ocorre uma reação na qual substâncias (a principal delas é a histamina) são liberadas e causarão o edema e prurido (SBD, 2017).
O diagnóstico é basicamente clínico, porém é importante destacar os principais diagnósticos diferenciais (BRASIL, 2002b):
- hanseníase;
- eritema polimorfo;
- sífilis;
- estrófulo e;
- mastocistose.
Sinais e sintomas nas situações de urticárias
A urticária pode atingir o corpo todo (chamada de urticária gigante) ou apenas algumas regiões do corpo (edemas nos lábios, pálpebras, língua, garganta, genitais, mãos ou pés), sempre acompanhada de prurido intenso, trazendo transtornos ocupacionais e de sono (SBD, 2017).
O sintoma mais comum é o prurido (também chamado de coceira), mas as lesões podem ter a sensação de ardor ou queimação. Essas lesões (urticas) vermelhas e edemaciadas podem:
- apresentar milímetros a centímetros de tamanho;
- estar isoladas ou juntas, formando grandes placas;
- ser geralmente de curta duração (algumas vão sumindo após algumas horas, enquanto outras vão surgindo).
Cada lesão permanece no máximo 24 horas desde seu aparecimento. Quando regridem, não deixam marcas e desaparece também o prurido. Os sinais e sintomas da urticária podem reaparecer a qualquer momento, durante horas, dias ou meses.
Tratamento nas situações de urticárias
O principal tratamento da urticária é descobrir e afastar a causa, e, quando possível, também são medidas auxiliares: evitar ambientes quentes, bebidas alcoólicas e estresse, que são fatores que pioram a irritação.
Medicações do tipo antialérgicos são indicadas como primeira opção para o tratamento da urticária. Outras medicações como corticosteroides e imunossupressores também podem ser utilizadas em doses decrescentes (MEDEIROS JUNIOR; NOVAES, 2012), de acordo com a avaliação médica.
Atenção |
É importante lembrar que urticária nem sempre é um diagnóstico, podendo ser um sinal de doença sistêmica (BRASIL, 2002b). A Atenção Básica atua na urticária branda, porém os casos graves de angioedema ou anafilaxia devem ser levados ao serviço de emergência, pois, dependendo do caso, a insuficiência respiratória pode ser iminente (SBD, 2017; LEEYAPHAN et al., 2010; PERONI et al., 2010). De acordo com o fluxograma de atendimento por classificação de risco/vulnerabilidade, o atendimento deve ser imediato quando houver comprometimento de vias aéreas, para estabilizar o quadro (manter vias aéreas, oxigenoterapia), enquanto é acionado o serviço móvel de urgência. Em casos de prurido cutâneo sem comprometimento de vias aéreas, o atendimento deve ser feito na Atenção Básica pela equipe de enfermagem (conforme protocolos) e médico (BRASIL, 2013). |
Urticária
Fonte: (UFPE, 2017).