Fluxos que o usuário pode percorrer na Unidade Básica de Saúde

O fluxograma sugerido pelo Ministério da Saúde nos Cadernos de Atenção Básica nº 28 (BRASIL, 2013a) parte do pressuposto de que a recepção é onde o usuário tem o primeiro contato com a unidade de saúde, e, muitas vezes, os profissionais que se encontram nesse local não estão qualificados para intervir em situações imprevistas.

Propor a criação de uma sala de acolhimento com classificação de risco é uma forma de oferecer um local apropriado para que a escuta seja feita e analisada, bem como seja definida a oferta de cuidado, de acordo com a necessidade que o usuário apresente, e, se necessário, sejam realizadas algumas intervenções, quando pactuadas.

Ainda que esta seja uma proposta de modelo para orientação do fluxo da demanda na unidade básica, não representa a verdade absoluta. A proposta pode ser ajustada de acordo com a realidade de cada local. Existem vários tipos de protocolos já validados que podem, inclusive, ser utilizados na Atenção Básica, mas a escolha fica a critério de cada serviço, por unidade ou para toda a rede, que seria o ideal, uma vez que a mesma linguagem facilita a comunicação e entendimento.

De acordo com o Ministério da Saúde, mesmo com um fluxograma sugerido, deve ser levado em consideração na hora do atendimento (BRASIL, 2013b):

Usuários agendados
Devem ser acolhidos e devidamente direcionados, evitando tumulto na recepção e longas esperas. Exemplo: crianças para puericultura ou vacinação.

Situações imprevistas

Caso haja uma situação de emergência dentro da unidade, é necessário haver um fluxo a ser seguido, e medidas deverão ser tomadas imediatamente. Exemplo: um usuário que se encontrava aguardando atendimento e apresentou uma parada cardiorrespiratória só poderá ser transferido para uma unidade especializada após o primeiro atendimento e estabilização. Para isso, é necessário que a equipe receba treinamento (por meio de educação continuada) na unidade para que consiga intervir nas situações de urgência.

Fonte: (UFPE, 2016).

Capacitação para acolhimento e classificação de riscos
É importante que a equipe seja capaz de analisar as vulnerabilidades, identificar riscos e conhecer a oferta dos serviços para casos de encaminhamentos. A importância de um protocolo validado, nessa situação, é crucial, considerando a não utilização de condutas subjetivas e individualizadas, o que tende a prejudicar a qualidade das intervenções na unidade de saúde, uma vez que cada profissional pode ter distintas formas de abordagem, relacionadas com suas capacidades técnicas. Os protocolos minimizam essas diferenças, uniformizando ações, ganhando tempo e diminuindo os riscos, além de dar maior segurança a quem realiza a classificação (BRASIL, 2013a).
Última atualização: quinta, 31 Jan 2019, 15:10