O que fazer em casos de EAP?

Confirmado o edema agudo de pulmão, deve-se realizar contato com a regulação médica e/ou Regulação Médica de Urgência 192 e informar os dados de forma sistematizada. Em seguida, deve-se aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e transporte do usuário para unidade de saúde especializada.

Já em casos de suspeita, para tentar garantir a estabilidade do paciente, é importante posicioná-lo em decúbito elevado a 45º (você pode fazer uso de travesseiros) e mantê-lo em repouso.

Decúbito em semi Fowler (45 graus)

Fonte: (UFPE, 2016).

A primeira abordagem deve ser realizada através da mnemônica do ABCDE, para identificar e tratar situações clínicas que comprometam os sinais vitais:

A Abertura de vias aéreas
B Respiração e ventilação
C Circulação
D Avaliação neurológica
E Exposição da vítima

Para saber mais sobre o ABCDE, acesse o curso “Abordagens de adultos em situações de urgência e emergência na Atenção Básica”. Clique aqui.

Posteriormente, lembre-se da mnemônica do MOVE para pacientes graves:

Mnemônica Significado Ações
M Monitor Monitorar o paciente por meio de ECG, PA não invasiva e oximetria de pulso.
O Oxigênio Oferecer suporte de oxigênio ao paciente.
V Veia Realizar acesso venoso periférico antecubital.
E Exame clínico sumário Realizar anamnese e exame físico dirigido à condição aguda). Nessa fase, deve ser realizado o eletrocardiograma com 12 derivações para descartar síndrome coronariana aguda.

Fonte: (AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS, 2012).

Suporte ventilatório e oxigenoterapia

Na presença de vias aéreas pérvias (desobstruídas), forneça, imediatamente, oxigenoterapia ao paciente. O fluxo de oxigênio e os dispositivos a serem utilizados dependem do estado geral do paciente e sua resposta inicial, podendo ser os seguintes:

  • O cateter e a máscara sem reservatório são dispositivos de baixo fluxo. O primeiro consegue ofertar, no máximo, 44% de FiO2 com fluxo de 6 L/min; e a máscara, até 60% de FiO2 com fluxo de 6 a 10 L/minuto;
    • Esses dispositivos devem ser utilizados em pacientes que necessitam de baixos fluxos de oxigênio e não apresentam obstrução de vias aéreas superiores;
  • A máscara de Venturi e a máscara com reservatório de oxigênio fornecem até 50% e 100% de FiO2, respectivamente.

Administração de oxigênio suplementar

Fonte: (UFPE, 2016).

  • A Ventilação Mecânica Não Invasiva (VMNI) é um método eficaz para instituir pressão positiva por meio de dispositivos externos (máscaras), permitindo o recrutamento de alvéolos até então colabados, aumentando a área de troca alvéolo-capilar. É o tratamento padrão para pacientes graves (SOUZA; CARVALHO, 2013).

Máscara de ventilação não invasiva

Fonte: (UFPE, 2016)

  • Os dispositivos para via aérea avançada (intubação orotraqueal ou cânulas supraglóticas) e ventilação mecânica terapêutica podem ser utilizados nos casos de pacientes que não respondem à ventilação não invasiva ou apresentam contraindicações. Em casos que necessitem de ventilação mecânica, o uso do ambu pode, temporariamente, substituir esse equipamento, desde que a via aérea esteja pérvia, já que esses reanimadores manuais autoinfláveis usam a pressão positiva. É importante ter, na atenção básica, o dispositivo de ventilação manual (bolsa-válvula-máscara) com reservatório de oxigênio para eventuais necessidades (OLIVEIRA et al., 2011).

Uso de dispositivo de administração de oxigenoterapia por meio de bolsa-válvula-máscara


Profissional sozinho

Atendimento em dupla
Fonte: (UFPE, 2016).

 Dica
Na Atenção Básica, pela dificuldade de encontrar equipamentos de suporte avançado, o uso do dispositivo de ventilação manual (bolsa-válvula-máscara) de forma adequada pode ser mais rápido e eficiente em casos de dificuldades respiratórias com perda de consciência e pode ser utilizado por todos da equipe.
 Atenção
O paciente que superou um edema agudo de pulmão, ao voltar para a Atenção Básica, deve ser reavaliado com o objetivo de determinar as condições cardíacas e/ou extracardíacas que estavam associadas ao EAP e que podem precipitar novos episódios. A partir dessa análise, deve-se restabelecer o tratamento não farmacológico, podendo ser associado ao tratamento farmacológico.
Última atualização: quinta, 4 Fev 2021, 09:48