Regulação da Assistência Hospitalar
Método KANBAN na assistência hospitalar
KANBAN é uma palavra japonesa que significa cartão, registro, sinal ou placa visível, ou ainda, painel.
O sistema Kanban é originário da indústria. Trata-se de um método de controle de produção e estoques que foi aplicado aos processos de produção na indústria a partir do uso da gestão visual no controle usando apenas sinais simples, como cartões de informações.
Tinha como objetivo inicial controlar o movimento de materiais buscando o equilíbrio entre a produção de novos materiais para reposição dos utilizados, evitando o acúmulo ou a falta do produto em cada centro de trabalho.
Traz o conceito de permitir a produção no momento exato da necessidade, ou, "just in time" (FELIX, 2013).
A mesma metodologia tornou-se uma ferramenta de apoio à gestão de leitos hospitalares, tomando como base o monitoramento do tempo de permanência de internação dos pacientes.
Assim, a partir de padrões estabelecidos, define-se o tempo de permanência esperado para cada paciente durante sua internação. Esse padrão de permanência pode ser estabelecido por meio de:
- Algoritmos;
- Patologias ou CID;
- Características do paciente;
- Média histórica da instituição; ou
- "Média de permanência" para procedimentos da Tabela do SUS adaptada em cada hospital ao considerar sua capacidade resolutiva, seu parque tecnológico e os recursos humanos disponíveis, uma vez que a tabela apresenta uma média nacional sem considerar especificidades de cada serviço (BRASIL,1999).
Quando da internação, então, são estabelecidos o planejamento terapêutico e o tempo de permanência esperado para o paciente, e cada paciente ganha uma placa identificadora em seu leito com cores que mostram se a permanência está dentro do esperado (verde), no limite (amarela) ou ultrapassou o tempo (vermelha). A mesma informação (nome do paciente e quantidade de dias de internação) deve constar em um quadro único em cada enfermaria, posto de enfermagem ou sala de prescrição, com os leitos ocupados da ala e com a cor correspondente à situação de cada paciente.
Obviamente, esse quadro de monitoramento e as placas em cada leito deverão ser atualizados, sistematicamente, a cada dia.
A proposta é de que os profissionais sejam alertados, visualmente, sobre os pacientes que estão ultrapassando o tempo de permanência esperado, desencadeando uma avaliação em busca dos fatores responsáveis pelo aumento da permanência e de uma solução o mais rapidamente possível, com correção do que for possível sem interferir na condução adequada de cada caso.
A metodologia permite visualização rápida dos pacientes com problema de resolutividade pela equipe responsável por monitorar a permanência do mesmo e iniciar a busca para solucionar as pendências no tratamento que prolonguem a permanência do paciente.
Essa equipe pode ser o grupo de auditoria clínica da instituição, que deve estar em perfeita sintonia com o Núcleo de Regulação Interna/NIR e com o Núcleo de Acesso e Qualidade Hospitalar (BRASIL, 2011d).
“O gerenciamento dos leitos será realizado na perspectiva da integração da prática clínica no processo de internação e de alta, preferencialmente por meio da implantação de um Núcleo Interno de Regulação (NIR) ou Núcleo de Acesso e Qualidade Hospitalar (NAQH), com o objetivo de aumentar a ocupação de leitos e otimizar a utilização da capacidade instalada, melhorando o atendimento ao usuário” (BRASIL, 2013a).
Inicialmente, cabe à equipe assistencial justificar os motivos de seu paciente encontrar-se na classificação vermelha ou mesmo amarela. A partir de então, cabe à equipe de monitoramento desencadear as ações para buscar solucionar as pendências.
Problemas como a dificuldade de realização de procedimentos diagnósticos ou terapêuticos na instituição ou em serviços de referência dependentes de agendamento contribuem por manter o paciente internado além do tempo necessário para o efetivo tratamento. Além do mais, a gestão e a programação de transferências para serviços de maior complexidade ou para leitos de retaguarda, internação domiciliar e acompanhamento ambulatorial são essenciais à diminuição do tempo de internação. Também, devem ser gerenciadas as transferências internas, entre UTI e enfermaria.
Essas ações estão diretamente ligadas ao NIR e à regulação hospitalar.
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