Urgências e emergências cardiovasculares na Atenção Básica
O que é isquemia crítica?
Na isquemia crítica, existe uma redução no fluxo sanguíneo arterial para manter as funções normais teciduais, mesmo em repouso, pois ela é definida pela presença de dor no repouso ou lesões tróficas nos membros inferiores (FOCHESATTO FILHO; BARROS, 2013).
O mecanismo de instalação da isquemia arterial baseia-se na presença de um estreitamento anormal de algum vaso (estenose) que progride para uma oclusão arterial, resultando no desenvolvimento, em maior ou menor grau, de vasos colaterais (FOCHESATTO FILHO; BARROS, 2013).
Caso o fluxo sanguíneo não seja restabelecido por meio de intervenções cirúrgicas ou endovasculares, poderá haver perda do membro acometido.
Uma das principais causas da isquemia crítica é a aterosclerose, que está relacionada a fatores genéticos, infecciosos e ambientais. A palavra provém do grego atheros (caldo espesso), oma (tumor) e scleros (endurecimento), significando alterações celulares com deposição de cálcio e colesterol, formando áreas de espessamento na parede arterial SMELTZER et al., 2012.
A placa de ateroma tem sua formação precipitada pelos seguintes fatores de risco (SAVINO NETO; NASCIMENTO, 2007; XAVIER et al., 2013):
- idade avançada;
- tabagismo;
- dislipidemia;
- doenças crônicas (hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus);
- alterações hormonais;
- genética;
- insuficiência renal crônica;
- processos inflamatórios (proteína C reativa);
- estados de hipercoagulabilidade.
A formação da placa de ateroma tem preferência:
- por vasos com bifurcações e angulações (alterações devido a esforço, separação do fluxo, turbulência e êxtase);
- pela aorta infrarrenal;
- pelas artérias coronárias proximais;
- pelas artérias iliofemorais;
- pela artéria femoral superficial;
- pela bifurcação da artéria carotídea;
- pelas artérias poplíteas.